De cada 5 pacientes, pelo menos 1, ao entrar na sala para a consulta, começa a conversa assim:
- "Não gosto de ir ao dentista, vim hoje porque o dente está doendo". ou
- "Tenho medo da anestesia" ou
- "Não gosto de tomar anestesia porque demora para passar" ou
- "Não suporto o barulho do motorzinho. Parece que está entrando na minha cabeça" ou
- "Dr., vai devagarzinho hein, que eu tenho medo! ou
- "Tenho medo de sentar nesta cadeira porque já sofri muito para tirar um dente" ou
- "Uma vez fui tratar o canal e doeu tanto que nunca mais voltei ao dentista" ou
- "Sinto um frio na barriga só de pensar em tratar o dente"ou
- "Eu fico muito nervosa quando tenho que tratar meu dente. Minha mão já está tremen-do"ou
- "Desde criança tinha medo do dentista. Uma vez trataram do meu dente à força e fiquei traumatizado até hoje. Nunca mais voltei"
São ainda, infelizmente, inúmeros relatos de más lembranças na cadeira do dentista que ouço, principalmente por pessoas acima dos 35 anos.
A maioria dos jovens não tem esse temor, pois estão conscientes da importância do sorriso na sociedade.
A odontologia da década de 50 e 60 traumatizou muitas pessoas.
Hoje a ortodontia e a estética estão muito valorizados. As restaurações de amálgama são rejeitadas. Pacientes vem ao consultório para trocá-las por resina. Jovens não aceitam de jeito nenhum dentes tortos. Correm colocar aparelhos. Isso significa que o paciente está bem informado, sabe o há de novo e quer muito cuidar de seus dentes. A aparência é fundamental. Procuram fazer tratamento preventivo a cada 6 meses. O que não acontecia há 50, 40 anos atrás. O tratamento era apenas curativo. Não havia importância nenhuma ter dentes tortos naquela época.
Tudo isso para deixar registrado que hoje uma paciente de apenas 30 anos, com pavor extremo de dentista veio fazer uma consulta porque estava já 2 noites sem dormir com dor em toda boca.
O estado é lamentável. Precisa fazer tudo. Raspagem dental., tratamento de canal, muitas extrações, restaurações e prótese. Está com infecção gengival, febre, mal estar e mal hálito insuportável. E o mais incrível é que ela é uma profissional da área da saúde. Está no último ano de enfermagem.
O pavor, o medo incontrolável do dentista a impediu de fazer o tratamento mesmo estando ciente da importância da saúde bucal.
A última vez que foi ao dentista foi em 1985.
Vai começar o tratamento amanhã. Já a mediquei.
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