Estou entrando naquela fase de começar a atender pacientes hoje já adultos( como o tempo passa rápido) que eram criancinhas até bem pouco tempo atrás. Não Parece, mas já se passaram 9 anos e eu não me esqueci desse paciente que retornou hoje. Quando minha secretária trouxe a ficha clínica, tudo que fiz aflorou em minha mente. Ele me deu um trabalhão.
Ele estava com 12 anos e veio tratar um incisivo superior que doía muito. Entrou chorando de dor. O pai, que era meu paciente também, estava junto. Eu anestesiei e esse dente não parava de doer. A pulpite era intensa. Anestesiei e anestesiei e nada. E ele chorando. E o pai aflito. Não pegou a anestesia. E espera pegar, e espera e nada. E ele chorando. Para encurtar a história, ele teve que tomar uma injeção de Lisador, aguardar o efeito da analgesia corporal para depois eu tentar remover esse nervo. Somente depois dessa injeção é que consegui anestesiar diretamente o nervo do dente. Só depois disso que ele parou de chorar.
Bem, depois fiz a restauração e nunca mais o vi. Até que hoje ele retornou!
Entrou no consultório e disse:
-Quanto tempo Dr. Sylvio!
- O Sr.( também entrei na fase de todos me chamarem de Sr.) se lembra de mim?
Respondi:
_ Claro! Alguns pacientes a gente não esquece jamais!
_Então, lembra daquele dente da frente?
-A restauração está aqui até hoje!
Acho que está na hora de trocar, né?...
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