Sem sossego neste país

Ontem, por volta de 15:30, a Letícia estacionou o carro a 100 metros da clínica médica, que é bem perto de casa. Saiu do carro, andou 50 metros e eis que surge um marginal de cor negra, de moto, com capacete de viseira totalmente escura (que não permite ver a cara do covarde), e a abordou. Pediu dinheiro, depois a carteira e o celular. A Letícia não quis entregar a carteira e ele colocou a mão dentro da jaqueta, simulando estar armado. Ela deu todo o dinheiro, 100 reais, o celular e saiu andando. O marginal saiu com a moto e ainda ficou olhando para ela e ela para ele. Ela ficou tão nervosa que não reparou que moto era, nem lembrou de ver o número da placa e não se lembra da cor da moto. Só notou que era negro e jovem. Tudo isso em questão de segundos. E ninguém viu nada. Ela foi muito imprudente e corajosa batendo boca e enfrentando este covarde. A vontade que tive era de passar por cima deste cara com meu carro se cruzasse com ele. E não adianta ir à delegacia registrar BO primeiro porque estão em greve, e segundo porque é roubo comum, banal para eles e nem vão atrás.
Para mim ele não estava armado porque quando a Letícia se recusou a entregar a carteira, ele poderia apontar o revólver. Ela me ligou chorando, muito nervosa, contando o ocorrido. Acabou o dia. Fui embora do consultório e passamos o resto da tarde e noite tentando bloquear o celular. Só fui conseguir bloquear o chip às três e meia da manhã. Como perdi o sono, levantei e tentei neste horário. Mesmo nesta avançada hora, fiquei mais de 15 minutos ao telefone com a atendente. O aparelho ainda não está bloqueado porque preciso do número dele que está na nota fiscal ou na caixa. Tenho que procurar e ver se acho.
É muita burocracia para bloquear um celular. Desanima qualquer um. Vou reclamar no Procon e naquele site "Reclame Aqui" contra a Claro.
Graças a Deus nada mais grave ocorreu, mas a sensação que fica é de impotência, de violação e que estamos à merce de bandidos em plena luz do dia, sem segurança alguma, sem sossego.